Saturday, April 24, 2004

Portisheading



Tire essas coisas da minha mão!
Não estou te escoltando. Eu não te
amo. Jamais te quis. Você é uma nuvem
inexplorada de vácuo e histórias, um conjunto
de referências e relações sociais. Suas púpilas
não tem vida, as minhas já morreram, a poluição
nos circunda, escapamentos e gás carbônico
versus bucolismo (campos verdes e rios límpidos).

Nossos pequenos monstros nos acordam
de manhã. Você está num campo verde,
cheio de vegetais bem maduros. Uma colher
de temperos se aproxima da sua boca. Ela sussura nos
seus lábios vozes de caldo de sururu, subitamente,
é um grande banquete de tristeza e auto destruição.

E você é o prato principal.

AL NITE LANG

Friday, April 16, 2004

MOURA TORTA

...

de verso que a cabeça surta. altinho, mas que ninguém nos ouça. balança, toca fogo e some. rói unha, arrasta lâmina.
range o dente, morde a língua, borra a cara.

de fala bruta
palavra pouca é tudo
veloz, balão, ciúme
se começa a tomar, hai.
se pensar em parar, cai.

e eles te pagam pelo que sai de sua cabeça
e eles te pegam pelas suas idéias
e o olho triste que treme
soletra o corpo das pessoas

tá falando em nome de quem?
cadeira, postal, boneco, ninguém
copo de café, viaduto
suspiro, reticência, altar, fronha
e seta e pau e bronha
e eu,
serve?

de pé estranho que expulsa veia
azul aqui, escuro aqui e aqui, vermelho.
vertigem astigmática
terçol e vértebra
cheiro de mosquito, formiga e caracol

mas a coisa lambe, umedece e representa
rasga, corta, estoura as bolhas
e pergunta pelo seu sonho
inventa um sopro frio
e abre a boca suja que devora
enquanto entra pelo seu susto

e você não sabe, não diz
não sonha
não escreve, não lembra
nem canta
mas te sobra um pavorzinho
e um gozo minguado de surto

um assalto em cápsulas
até que ela vem

e ela parece a moura torta
dando risada de sua cara.
LAAAAAAAAAAAAAAAAAANG, vou te contar. Esse tronco fica liiiiiindo com o headphone espoucando no ouvido. Viva santa Sexta!

Wednesday, April 14, 2004



NO SUPRISES

coloque o seu saco de mijo sobre a mesa e sorria
para mim, a boca podre e o hálito doentio. aos poucos,
células entrando em mutação, carnes despudoradas
crescendo pra qualque lugar. te abraço no meu sonho
de pau duro. moça faceira e tonta, fala muito em meu
ouvido coisas que não quero nem mesmo saber.
mas pulsamos. construímos algo a partir disso.

um emprego que te mata devagar,
doenças infecto-contagiosas e sua merda fresca,
num piniquinho. acordei de manhã e não consegui cagar.
andei um pouco e sentir dor de barriga.
agachei no capacete e o enchi com minha
merda.

No outro dia, senti que faltava algo
em mim.

Al Nite Lang

Sunday, April 11, 2004

bless me, my surprise
easy now
whoever knows
simple like that:
we´re where
we need to be

sol e chuva. sol e chuva e ovo de chocolate e amigas dando risada do alto do prédio. a gente passa pelas coisas assim, depois elas vão. acordei com um gosto estranho em mim, mas um gosto bom. daquele de surpresa, sabe, quando você toda séria abre a porta e lá do outro lado está um moço que ouviu dizer que essa cidade está vivendo uma epidemia de borboletas. apesar do "viva a primavera" já ter passado.

agora que todas essas confusões têm reverber, a gente sobe na mesa, levanta um pouquinho a saia e dança.

deal?

lang, ma puce, boa páscoa!

Sunday, April 04, 2004

ESTA É PARA VOCÊ, MÍDIA.
AGORA EU ENTENDO
COMO VOCÊ SE SENTE.

AL NITE LANG


Friday, April 02, 2004

Into the white, whatever it is. tempo de sobra. vai faltar amanhã. quando você sabe traduzir alegria, pra que apertar a calça? queria que ele fosse um pouquinho mais azul e quando esticasse o cotovelo, as manchas não parecessem rugas.
de um prédio para outro, se faz abismo. mas não era hoje, justamente hoje, que você estava toda tirada a inventar glamour, ainda que fosse um tiquinho de nada?
ainda o tempo que sobra. e no music match para todas as coincidências, que sempre fizeram parte, um ventinho frio e a primeira de todas, savory.

Quem?

Diário de uma membrana. Especulações sobre surtos homeopáticos.